04 maio 2005

Haydn e os alunos do 6ºano

Haydn (1732-1809) compôs mais de uma centena de sinfonias, entre elas a chamada Sinfonia do Adeus (Sinf.nº45 em Fá sustenido menor). Um dos manuais adoptados para o 6ºano inclui o relato da reivindicação laboral, como diríamos actualmente, que se encontra na génese desta obra.

Os alunos costumam achar esta história fascinante:
Haydn trabalhou na corte do príncipe Nicolau de Esterházy durante quase trinta anos. Estava obrigado a apresentar regularmente composições novas, de acordo com os desejos do príncipe, e também a cuidar dos instrumentos e a dirigir os cerca de vinte músicos da orquestra que, afectuosamente, o apelidavam de Papa Haydn.
No Verão de 1772, devido às numerosas recepções na corte a actividade musical era intensa, não permitindo a partida dos músicos para junto das suas famílias cuja visita ao palácio lhes parece também ter sido negada. Instalou-se assim o descontentamento entre eles, tendo Haydn expressado este mal-estar através do modo como a Sinfonia nº45 termina. No último andamento, os músicos deixam de tocar o respectivo instrumento e vão abandonando o palco um por um, até este ficar vazio. A táctica parece ter resultado, pois sabe-se que pouco tempo depois da estreia da sinfonia o príncipe e os músicos deixaram o palácio.
Os miúdos deliram com estas peripécias. Na sua imaginação, o príncipe assume evidentemente o papel do “vilão” que pretendia impedir os “bons” de verem as mulheres e os filhos. Quanto a Haydn, de acordo com o que escrevem nos testes, acham que este, passo a citar, “trocou bem as voltas ao príncipe mau”.

1 Comments:

Blogger PortoCroft said...

A música do silêncio deve ter sido estrondosa para os delicados tímpanos do Princípe. ;)

Mas, valha-nos o seu 'post' para eu re-descobrir o pouco que conhecia de Haydn.

Abraço.

5/5/05 14:53  

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