Carlos Seixas: um cravista e compositor português
Nasceu em 1704 e viveu apenas 38 anos, José António Carlos de Seixas, o mais importante compositor português de música de tecla do Séc.XVIII.
Restam-nos da sua obra, que terá sido mais vasta, cerca de 105 sonatas para instrumentos de tecla e ainda 3 importantes peças que constituem casos ímpares na música portuguesa setecentista: uma Abertura em estilo francês, uma Sinfonia em estilo italiano e um Concerto para Cravo e Orquestra que é um dos primeiros exemplos do género em toda a Europa (Cf. Kastner, Carlos de Seixas, Coimbra, 1947).
Carregando no botão, poderão ouvir o final do Allegro e o Minuetto I da Sonata nº9 em Dó Maior para cravo de Carlos Seixas, uma peça que porventura muitos de vós já terão ouvido antes.
Contudo, mesmo os apreciadores de música antiga provavelmente nunca terão observado o interior de um cravo.
Existem vários tipos de cravo: italiano, inglês, francês e flamengo. Também em Portugal, principalmente durante o Séc.XVIII, foram construídos cravos ao estilo italiano. Recentemente, um destes cravos, do qual posteriormente falaremos com mais pormenor, foi restaurado pelo IPPAR e encontra-se em exposição no Museu da Música em Lisboa.
Restam-nos da sua obra, que terá sido mais vasta, cerca de 105 sonatas para instrumentos de tecla e ainda 3 importantes peças que constituem casos ímpares na música portuguesa setecentista: uma Abertura em estilo francês, uma Sinfonia em estilo italiano e um Concerto para Cravo e Orquestra que é um dos primeiros exemplos do género em toda a Europa (Cf. Kastner, Carlos de Seixas, Coimbra, 1947).
Carregando no botão, poderão ouvir o final do Allegro e o Minuetto I da Sonata nº9 em Dó Maior para cravo de Carlos Seixas, uma peça que porventura muitos de vós já terão ouvido antes.
Contudo, mesmo os apreciadores de música antiga provavelmente nunca terão observado o interior de um cravo.
Existem vários tipos de cravo: italiano, inglês, francês e flamengo. Também em Portugal, principalmente durante o Séc.XVIII, foram construídos cravos ao estilo italiano. Recentemente, um destes cravos, do qual posteriormente falaremos com mais pormenor, foi restaurado pelo IPPAR e encontra-se em exposição no Museu da Música em Lisboa.
O interior do Cravo Italiano
A figura 1 mostra o instrumento sem caixa de ressonância nem cordas. A figura 2 representa o teclado e na figura 3 pode observar-se o suporte do plectro (a pequena saliência pontiaguda no topo) que serve para beliscar as cordas (ao contrário do piano, no qual as cordas são percutidas).
Os excertos desta Sonata de C. Seixas foram interpretados num teclado que, devido às maravilhas da técnica, reproduz fielmente o som do cravo. Talvez tenham notado um pequeno "click" no final de cada parte (isto acontece no final de todas as notas, embora seja mais audível nos finais de secção). Trata-se da reprodução do som que um cravo autêntico produz quando o plectro regressa à sua posição original, depois de beliscar a corda.
Conforme anteriormente mencionámos, existe no Museu da Música um exemplar raro da escola de construção de cravos nacional. Trata-se de um instrumento construído por Joaquim José Antunes em 1758 e que, nos últimos anos, foi utilizado por cravistas, tais como Rui Paiva, em várias gravações de peças de Carlos Seixas.
Links:
14 Comments:
Pamina e Viktor,
Espectacular o som. E excelentes os ensinamentos. Além de ter ficado a conhecer dois bons 'sites' através dos links.
Keep up the good work.
É e continuará sendo, certamente, um bloco de notas imperdível, pelo empenho e bom trabalho dos seus autores.
Bons links, bons ensinamentos e desafios curiosos.
Parabéns
Portocroft e E&E,
Ainda bem que gostaram. Pensámos que seria interessante divulgar a obra de outro músico português e aproveitar para falar um bocadinho do cravo.
Belíssimos, texto e música. Adoro o som do cravo. E é tão bom aprender estas coisas! Obrigada :) Beijinho grande e uma óptima semana.
É impressionante o som desse teclado, parece mesmo um cravo!
Quem tiver curiosidade, pode ver aqui
as partituras das tocatas do Carlos Seixas.
Venho deixar mais um beijinho e agradecer os elogios :)
Olá Mi,
Obrigado pelo link.
Realmente a combinação de várias ondas sonoras simultâneas consegue uma reprodução do tipo de som de cravo, ao longo das três fases (atack, sustain e decay).
Para além deste instrumento, há outros muito bons, para além de incluir um sampler que permite a gravação e criação de novos instrumentos.
Viktor,
Não percebo muito de acústica por isso fui consultar a "Bíblia" (Acústica Musical - Luís. L. Henrique) mas encalhei logo quando ele diz que há instrumentos de corda beliscada em que não chega a haver regime permanente(sustain?)porque depois do ataque o som declina imediatamente.
Por outro lado o Viktor fala nas 3 fases.
Fiquei baralhada...
Quer dizer que o cravo não é um desses instrumentos?
Olá Mi,
O som do cravo neste sintetizador é criado por duas variantes da mesma onda sonora. A primeira é accionada quando a tecla baixa e possui um decay lento (80). A segunda é accionada quando a tecla regressa à posição original e possui um decay muito rápido (10).
Nas duas ondas sonoras, tanto o attack como o sustain estão a zero (o que orgãos electrónicos de má qualidade não conseguem fazer). Para além disso existe uma componente de reverberação em que o attack é zero e o sustain é longo, o que reproduz o efeito da caixa de ressonância do cravo.
Portanto, é necessário configurar os três valores (attack, sustain e decay) mesmo que o valor de alguns deles sejam zero.
Nota: Quando me refiro a attack, trata-se do tempo até que a onda sonora atinja o volume máximo. Sustain é o tempo em que onda sonora permanece no volume máximo e decay é o tempo até que a onda sonora deixe de soar.
Beijinhos com votos de um óptimo fim de semana graaaaande! :)
Obrigada, Viktor!
Com as suas respostas "obrigou-me" a fazer umas quantas pesquisas para conseguir perceber melhor.
Entretanto, lembrei-me de deixar aqui este link sobre as ondas sonoras para os mais novos: Sounds Amazing
Venho deixar um beijinho e informar que tens/têm um desafio lá no meu blog, caso aceites/aceitem, claro :)
Amiga, obrigada por aceitares o desafio. Pois é, o link não abre mas está correcto, igual ao da lista de links dos AMIGOS, na barra lateral esquerda. Por vezes acontece, mas depois a situação regulariza-se. Podes responder num post, aqui, ou (como fazem algumas pessoas, quando se trata destas "correnets") num outro blog criado para o efeito...Um grande beijinho!
Parabéns e obrigado por disponibilizar a música de um compositor tão encantador e pouco conhecido.
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