E agora vamos pr'a banhos!
VENHAM ATÉ AQUI SEMPRE QUE VOS APETECER OUVIR UMA DAS NOSSAS MÚSICAS:)
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ODE À MÚSICA
(POEMA DE DAVID MOURÃO-FERREIRA - 1980)
I
É como se tivesses mãos ou garras
milhões de dedos braços infinitos
É como se tivesses também asas
libertas do minério dos sentidos
É como se nos píncaros pairasses
quando nas nossas veias é que vives
É como se te abrisses — ó terraço
rodeado de abutres e raízes —
sobre o perene pânico dos astros
sobre a constante insónia dos abismos
E é como se te abrisses e fechasses
sobre a antepalavra do Espírito
É como se morresses quando nasces
É como se nascesses quando expiras
II
Ó claridade Ó vaga Ó luz Ó vento
que no sangue desvendas labirintos
Ó varanda no mar sempre Setembro
Ó dourada manhã sempre Domingo
Ó sereia nas dunas irrompendo
com as dunas e o mar se confundindo
Ó corpo de desperta adolescente
já no centro de incógnitos caminhos
que por fora te aceitas e por dentro
pões em dúvida o sol do teu fascínio
Ó dúvida que avanças mas por entre
volutas de pavor que vais cingindo
Ó altas labaredas Ó incêndio
Ó Musa a renascer das próprias cinzas
III
Só tu a cada instante nos declaras
que renegas a voz de quem divide
Que a única verdade é haver almas
terrível impostura haver países
Que tanto tens das aves o desgarre
como o expectante frémito do tigre
tanto o céu indiviso que há nas águas
quanto o múltiplo fogo que há no trigo
Que és igual e diversa em toda a parte
Que és do próprio Universo o que o sublima
Que nasces que te apagas que renasces
em procura da límpida medida
Que reges o mais puro e o mais alto
do que Deus concedeu às nossas vidas
É como se tivesses mãos ou garras
milhões de dedos braços infinitos
É como se tivesses também asas
libertas do minério dos sentidos
É como se nos píncaros pairasses
quando nas nossas veias é que vives
É como se te abrisses — ó terraço
rodeado de abutres e raízes —
sobre o perene pânico dos astros
sobre a constante insónia dos abismos
E é como se te abrisses e fechasses
sobre a antepalavra do Espírito
É como se morresses quando nasces
É como se nascesses quando expiras
II
Ó claridade Ó vaga Ó luz Ó vento
que no sangue desvendas labirintos
Ó varanda no mar sempre Setembro
Ó dourada manhã sempre Domingo
Ó sereia nas dunas irrompendo
com as dunas e o mar se confundindo
Ó corpo de desperta adolescente
já no centro de incógnitos caminhos
que por fora te aceitas e por dentro
pões em dúvida o sol do teu fascínio
Ó dúvida que avanças mas por entre
volutas de pavor que vais cingindo
Ó altas labaredas Ó incêndio
Ó Musa a renascer das próprias cinzas
III
Só tu a cada instante nos declaras
que renegas a voz de quem divide
Que a única verdade é haver almas
terrível impostura haver países
Que tanto tens das aves o desgarre
como o expectante frémito do tigre
tanto o céu indiviso que há nas águas
quanto o múltiplo fogo que há no trigo
Que és igual e diversa em toda a parte
Que és do próprio Universo o que o sublima
Que nasces que te apagas que renasces
em procura da límpida medida
Que reges o mais puro e o mais alto
do que Deus concedeu às nossas vidas
15 Comments:
Bons banhos:) beijos
Boas férias para os dois.
Que a água esteja quentinha....
Beijinhos.:)
Até Setembro!
Boas férias, que sejam muito divertidas.
Um abraço ;)
Toca a curtir!! - beijo, IO.
Banhai-vos! Mas não em demasia.
Watch for the mould and seaweed.
Bjokas.
Boas férias e obrigada por nos terem deixado a chave debaixo do tapete para ouvirmos BonaMusica. Beijos doces, lindos!
Gosto muito d!o quadro.
Boas férias
Obrigada a todos pela visita. Os banhos continuam, embora um bocadito ventosos por estas bandas. Voltem sempre.
Um beijinho meu e um abraço do Viktor.
Boas férias e divirtam-se bastante.
beijinhos
Boa surpresa, o teu bolg.Para além do teu nome, Pamina, ouvir a música de António Lima Fragoso para mim, que sou natural de uma aldeia que dista três quilómetros da casa onde ele nasceu, e que sempre que passo em frente dessa casa olho o seu busto com emoção, para mim torna este blog visita obrigatória e reconhecida.Um abraço.
Para ti também.
Stillforty e demais visitantes,
Estamos a pensar a voltar ao activo no princípio de Setembro. Até lá vamos deixar um magnífico poema de David Mourão-Ferreira sobre a música.
Mais uma vez obrigada pelas vossas visitas e beijinhos para todos.
Cheguei ao vosso blog pela mão do Murcon… e em boa hora o fiz! Muito interessante! Prometo voltar!
E pronto, Setembro está à porta e acabaram os banhos...agora toca a trabalhar!!!Beijinhos aos dois.
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