Basics I - A Solmização
Ut queant laxis (primeiro nome do Dó)
Resonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solve polluti
Labi reatum
Sancte Ionnes
(Tradução: Ó São João, para que possam ressoar as maravilhas dos teus feitos com largos cantos, apaga os erros dos lábios manchados.)
O monge italiano Guido d'Arezzo (c.995-c.1050), ao reparar que cada verso deste hino começava na nota seguinte da escala, aproveitou a primeira sílaba de cada verso como ajuda mnemónica. A partir daqui, desenvolveu um método de leitura denominado Solmização e criou um processo de ensino das notas conhecido como Mão de Guido que consistia em atribuir a cada articulação dos dedos uma nota diferente. Assim, o professor virava a palma da mão para os alunos e, apontando para as várias articulações, ajudava os alunos a cantar os intervalos indicados.
Posteriormente, no Séc.XVII, o Ut passou a chamar-se Dó em homenagem ao papa João Batista Doni. Ainda hoje a primeira denominação é utilizada em França.
Nos países Anglo-Saxónicos e Germânicos as notas são normalmente identificadas por letras, embora na Inglaterra, EUA, etc. os dois sistemas convivam.
Assim:
C = Dó, D = Ré, E = Mi, F = Fá, G = Sol, A = Lá, B = Si (nos países Anglo-Saxónicos) ou H (nos países Germânicos).
Para além desta diferença, na Alemanha, são também outros os nomes utilizados para designar o modo Maior (Dur) e menor (moll).
Exemplos:
Português - Sinfonia nº40 em Sol menor de Mozart
Francês - Sinfonie nº 40 en sol mineur
Inglês - Symphony No. 40 in G minor
Alemão - Symphonie No. 40 g-moll
Podem ouvir aqui a canção Dó-ré-mi do filme Música no Coração. Como devem ter notado, em Inglês a nota Si é Ti. Esperamos que apreciem esta aula com a Maria :)
16 Comments:
uma boa semana
Desconhecia por completo a nomenclatura das notas, quer dizer, a sua origem. Agradeço a lição:) Posts sempre muito bons, tanto na formação como na informação;) beijos
Olá :)
Vem brindar connosco, vens? ;)
Beijinhos da Lina
Excelente partilha!
Um abraço carinhoso ;)
Aqui aprende-se sempre. Obrigada.:)
Beijinhos.
Pérola&Granito,
Obrigado e boa semana para vocês também.
Wind,
O nome das notas costuma ser um dado adquirido que todos aceitam sem qualquer explicação. Bj.
Lina,
No teu blog até se sente o cheiro a maresia. Bj.
Poesia portuguesa,
Faço sempre esta explicação acerca dos nomes das notas aos meus alunos. Desta vez, partilhei convosco. Um abraço.
Andorinha,
Colega, somos sempre profs., mesmo fora da sala de aula.
Bj.
O-B-R-I-G-A-D-A por este 'post!!, grande abraço, IO.
Desconhecia em absoluto e agradeço a lição.
Bom blog
abraço etérico :)
Passei para deixar um abraço de bom fim de semana :)
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DIZIA EU QUE PARA MIM FALAR DE MUSICA É UMA DAS MINHAS COISAS FAVORITAS.
VOCE PRESTA UM BOM SERVIÇO
MAS BOA MUSICA...
NAO GOSTO DE PENSAR QUE CORELLI É MELHOR QUE CLAUDIO MONTEVERDI. QUE MOZART É MELHOR QUE JOHN CAGE. QUE FANK ZAPPA É MELHOR QUE CARLA BLEY.
QUE WEBERN É MELHOR QUE DEBUSSY (OH WEBERN, DEBUSSY, SATIE... HUMM! ESTES SAO A MINHA PAIXAO. CAGE, VARESE, NONO...HUM OUTRA PAIXAO)FALAR DE MUSICA QUASE PARECE UM ORGASMO
E porque é que os sistemas que usam notação alfabética fazem corresponder o A ao Lá e não ao Dó? Isto é, porque é que usam a escala de Lá e não a de Dó?
Sempre tive esta dúvida...quem sabe é desta vez que vou ficar a saber :)
Mi,
A explicação é um pouco complexa. Aqui vai:
O sistema medieval de escalas funcionava com hexacordes, ou seja conjuntos de 6 notas. A tessitura máxima era de 2 oitavas e uma 6ª. A nota central do sistema era designada por A, sendo aquela utilizada para afinar os instrumentos. Ainda hoje os diapasões produzem um A e as orquestras utilizam esta nota para efectuar uma afinação geral.
Os hexacordes tinham nomes diferentes conforme a altura da nota B. Assim, se a nota B fosse baixa chamava-se B mollis (que deu origem ao termo bemol), se fosse alta, B durum e se fosse normal, B naturalis. Os hexacordes tomavam o nome da nota B (hexacorde durum, naturalis, etc).
A primeira nota de cada hexacorde chamava-se sempre ut, a segunda ré e assim sucessivamente independemente da nota real que se estava a tocar. Assim, um C, um F ou um G podiam ter o nome Ut. Da mesma maneira, o A central do sistema podia ser designado Lá, Mi ou Ré, conforme o hexacorde. Daí surgiu a palavra portuguesa "lamiré", ou seja os nomes das notas associadas à nota A no sistema medieval.
O hexacorde que prevaleceu foi o hexacorde naturalis o qual, se iniciava na nota C. A primeira nota do hexacorde, recebeu o nome de Ut, as seguintes ré, mi, etc.
Em conclusão, esta correspondência entre Ut (ou Dó) e C resulta da escolha, ao longo dos séculos, de um determinado hexacorde.
Espero ter conseguido esclarecer a sua dúvida.
Um abraço.
Quanta luz trazes contigo, Pamina.Para iluminares todos os Taminos do mundo. Beijos. Muitos beijos de gratidão.
Viktor,
Finalmente alguém me explica de forma clara e inteligível!
Muitíssimo obrigada :)
Obrigada pela lição. Adorei!
Beijinhos para os dois e votos de uma óptima semana.
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