20 julho 2006

Here's looking at you, kids :)


Excerto da banda sonora do filme Casablanca composta por Max Steiner. Para ver informações acerca deste compositor clicar
aqui e aqui.

Vamos fazer uma pausa para férias, durante a qual vos deixamos com mais uma interpretação dos 12 Violoncelistas da Orquestra Filarmónica de Berlim, numa versão especial... :)

Para visualizar este vídeo, deverá utilizar o Internet Explorer e ter o Windows Media Player versão 9 (ou superior) instalado. Não se esqueça de desligar a música de fundo no botão acima.


As time goes by de Herman Hupfeld e Wilhelm Kaiser-Lindemann - Interp. 12 Violoncelistas
"We think this is (já mais do que) the beginning of a beautiful friendship" :)
Desejamos a todos boas férias e, como diz um amigo, abreijos!

12 julho 2006

Sobre o órgão


Depois do cravo, do sousafone e do violoncelo chegou a vez de falarmos do órgão, segundo muitos estudiosos, o instrumento musical mais complexo de todos.

O órgão, surgido na Antiguidade Clássica, também chamado órgão de tubos, é um aerofone, ou seja a produção do som é efectuada através do ar. Naquela época, havia órgãos que funcionavam através da pressão do ar e outros hidráulicos, os quais actualmente já não se utilizam.

Para controlar os sons produzidos, existe um sofisticado sistema de tubos ligado a vários teclados. Geralmente, existem dois para serem tocados pelas mãos, denominados "manuais", e outro constituído por teclas grandes para ser tocado pelos pés, denominado "pedaleira".
Inicialmente, a produção do ar era assegurada por um fole que era operado por um ajudante, o foleiro. Actualmente, recorre-se a uma ventoinha eléctrica.
O ar enche o "reservatório" (ver imagem) e entra numa zona denominada "secreto", onde existem várias válvulas, os "sopapos", uma para cada tecla.

Uma das riquezas tímbricas do órgão reside na possibilidade do executante seleccionar diferentes registos. Os registos são combinações/programações de tubos que este pode accionar através de botões e que fazem funcionar as "réguas" (ver imagem). Conforme a posição das réguas, o ar pode entrar em tubos diferentes.
Existem tubos "flautados", que possuem uma sonoridade doce, e tubos "palhetados" que possuem uma sonoridade mais agreste. Os tubos possuem dimensões muito diversas, podendo ir de poucos centímetros a alguns metros. Deste modo, alguns órgãos possuem grandes dimensões, sendo normalmente instalados em salas de concertos ou igrejas, integrando-se normalmente na arquitectura do edifício. Aliás, muitos dos tubos que se costumam ver nas paredes de algumas catedrais têm apenas uma função decorativa, havendo, para além deles, um complexo sistema de tubos que não está visível.

Na Península Ibérica, existe ainda um outro tipo de tubos denominado "trombetas ibéricas". Este tipo de tubos está virado para a frente, assemelhando-se a trompetes e pode observar-se, por exemplo, nos órgãos da Sé de Évora, da Sé de Braga ou na igreja de Santa Maria de Óbidos. É ainda importante referir a existência no Convento de Mafra de uma sala com 6 órgãos que possuem este tipo de tubos e que, após um longo trabalho de restauro, se encontram já de novo em funcionamento.
Infelizmente, muitas igrejas portuguesas não têm órgãos de tubos, havendo modelos electrónicos que simulam os registos e que também possuem dois teclados e uma pedaleira.

A peça que têm estado a ouvir é a célebre Toccata e Fuga em Ré menor de J.S.Bach. Esta obra, aqui na intepretação de Frederik Magle no órgão da catedral de Riga, explora justamente as alternâncias de registos, obrigando o executante a mudar frequentemente as mãos de um teclado para o outro.

Para visualizar este vídeo, deverá utilizar o Internet Explorer e ter o Windows Media Player versão 9 (ou superior) instalado. Não se esqueça de desligar a música de fundo no botão acima.



Poderão ver aqui uma outra versão desta peça, executada pelos nossos amigos bate-chapas que tão bem repararam aquele Opel Kadett:))) no ano passado, conforme tiveram oportunidade de apreciar neste post.

05 julho 2006

A propósito da Sinfonia nº40 de Mozart...

...gostaríamos de vos apresentar a Srª. Dª. Ana, de apelido Crusa, mais familiarmente conhecida por Anacrusa :)

Excerto do 1ºandamento da Sinfonia nº40 de Mozart

Diz-se que uma peça musical se inicia em anacrusa (ou anacruse), quando esta não começa na primeira pulsação do compasso. Assim, antes do primeiro compasso existem uma ou mais notas.

No caso da Sinfonia nº40 de Mozart, a peça começa com um acompanhamento de alguns segundos antes de se começar a ouvir a melodia. Para o que nos interessa, vamos analisar apenas a melodia. Esta, em vez de começar na primeira pulsação de um compasso, começa com duas notas e só a terceira nota é que corresponde ao início do compasso. É a esta técnica de composição que se chama "entrada em anacrusa".
No botão abaixo, poderão ouvir a melodia tocada ao piano com a marcação da pulsação. É fácil de ouvir as 2 notas que soam antes do primeiro click, ou seja, antes da primeira pulsação.

Esta técnica é muito utilizada, tanto na música Pop como na música erudita. Alguém se lembra de ter ouvido recentemente uma anacrusa? Esta senhora anda por aí... :)))